personagem
Como combater o capacitismo?

Notíciasago, 07 - 2025

Como combater o capacitismo?


Compreenda o que é capacitismo e saiba como transformar atitudes para promover respeito e inclusão


O capacitismo é uma forma de discriminação ainda pouco discutida, mas profundamente enraizada na sociedade. Ele se manifesta quando pessoas com deficiência são tratadas como inferiores, menos capazes ou mesmo invisíveis em diversos contextos, do mercado de trabalho às relações sociais. Essa postura parte de um olhar que ignora humanidade, a diversidade e o potencial das pessoas. Combater o capacitismo, portanto, exige não só reconhecer sua existência, mas também refletir sobre atitudes e estruturas que o sustentam.

 

Neste texto, vamos explorar o que é capacitismo, como ele se manifesta no cotidiano e de que forma podemos enfrentá-lo, seja como indivíduos, organizações ou sociedade. O nosso objetivo aqui é promover uma mudança de consciência. Afinal, precisamos entender que inclusão é direito e que garantir acessibilidade, representatividade e respeito às pessoas com deficiência é um passo essencial para construirmos um mundo mais justo e empático. Te convidamos para essa missão! Bora?

 

O que é capacitismo?

 

Em primeiro lugar, é importante entender o que é capacitismo. “É a discriminação e preconceito contra pessoas com deficiência, ligados à crença de que elas não são capazes ou que são inferiores”, explica Dr. Marcelo Ares, coordenador médico da AACD.

 

Essa visão impacta diretamente a forma como elas são tratadas no dia a dia, tanto em interações sociais quanto em oportunidades de acesso a direitos básicos. Segundo Dr. Marcelo, um ponto importante é o uso da terminologia correta: “pessoa com deficiência”. Expressões como “deficiente”, “portador de deficiência”, “portador de necessidades especiais”, “especial” ou “excepcional” não devem ser utilizadas, pois reforçam estigmas e conceitos ultrapassados.

 

Além disso, o capacitismo pode se manifestar de diferentes formas. Quando é explícito, aparece por meio de ofensas diretas e linguagem discriminatória. Já o capacitismo sutil ocorre em atitudes aparentemente bem-intencionadas, mas que tratam a pessoa com deficiência de forma condescendente, como se fosse frágil ou incapaz de tomar decisões. 

 

“Existe ainda o capacitismo estrutural, que está presente na falta de acessibilidade em espaços físicos, na exclusão digital e na ausência de políticas públicas voltadas à pessoa com deficiência”, ensina o coordenador médico da AACD.  

 

Preconceito contra pessoas com deficiência

 

O preconceito contra pessoas com deficiência está presente em atitudes que, muitas vezes, passam despercebidas. Tratar alguém como se fosse menos capaz intelectualmente ou presumir que precisa de ajuda sem questionar são comportamentos comuns que reforçam estereótipos. Além disso, ignorar a opinião da própria pessoa sobre suas necessidades ou não garantir acessibilidade em espaços físicos, digitais e de comunicação contribui para a exclusão e limita a participação plena na sociedade.

 

Outro ponto importante é o uso da linguagem. “Nunca se deve usar o termo “normal” para designar uma pessoa sem deficiência, apenas existem pessoas com ou sem deficiência. Há expressões capacitistas que devem ser evitadas, como “que mancada”, “dar uma de João sem braço”, “tem braço curto”, “desculpa de aleijado é muleta”, “você é um exemplo de superação”, entre outras”, diz Dr. Marcelo.

 

As consequências desse tipo de preconceito são diversas. O capacitismo pode levar ao isolamento social, impactar a autoestima e dificultar o acesso a oportunidades de trabalho, estudo e cuidados de saúde. A ausência de políticas públicas voltadas à inclusão também interfere na autonomia das pessoas com deficiência, que encontram barreiras para se desenvolver e participar de forma ativa na vida em comunidade.

 

Essas dificuldades se intensificam em contextos de maior vulnerabilidade social. A falta de informação, a ausência de educação inclusiva e a ineficácia de políticas públicas tornam o capacitismo ainda mais presente. Pessoas com deficiência em situações de desigualdade enfrentam obstáculos adicionais para exercer seus direitos e acessar recursos básicos. Por isso, combater esse tipo de preconceito passa por reconhecer essas camadas e promover transformações que envolvam toda a sociedade.

 

Como combater o capacitismo? 

 

Dr. Marcelo conta que é importante buscar conhecimento sobre o tema e praticar a inclusão. “Antes de ajudar a pessoa com deficiência, é essencial perguntar. Não infantilizar e não tratar a pessoa com deficiência como super-herói ou com pena. Não tentar fazer com que a pessoa “supere a sua dificuldade””, afirma o médico.

 

Participe dessa mudança!

 

Combater o capacitismo é um passo necessário para construir uma sociedade mais justa. Ao entender o que é esse preconceito, como ele se manifesta e quais são suas consequências, você pode rever atitudes e contribuir para a inclusão. Isso inclui respeitar a autonomia das pessoas com deficiência, garantir acessibilidade em todos os espaços e reconhecer que todos têm o direito de viver com dignidade. A mudança começa com você.

A Seven Boys foi fundada em 1950, em São Paulo. Pois é….temos uma looonga história!