Quando tentamos definir o que é espectro do autismo, podemos dizer que ele é considerado um distúrbio multifatorial com diferentes níveis de comprometimento. Como não existe um exame específico que possa detectá-lo, o diagnóstico é clínico.

Normalmente, a avaliação é feita por uma equipe composta por psicólogos, terapeutas e fonoaudiólogos. Mas, antes de consultar um especialista, é importante ficar atento aos sinais. Eles começam a se manifestar com mais intensidade a partir dos três anos de idade.

Segundo a Revista Crescer, em “O que é o autismo?”, os sintomas do distúrbio podem variar muito. No que diz respeito à interação social, é possível notar um comprometimento no modo de se relacionar com outras crianças, adultos e com o meio ambiente.

A comunicação também é um fator que deve ser observado, pois algumas crianças não desenvolvem a fala ou apresentam fala repetitiva, também conhecida como ‘ecolalia’. Alterações bruscas no comportamento e restrições como, por exemplo, agir de forma negativa, mesmo diante de pequenas mudanças na rotina, são sinais do transtorno.

Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) ainda são pouco compreendidos por uma parcela das pessoas, em partes porque a própria ciência tem aprimorado suas compreensões em tempos recentes. A partir dessa realidade, é indispensável estar atualizado e com boas informações.

Veja também: Brincadeiras para toda a família

Entenda o que é espectro do autismo

“Espectro” é uma palavra que pode ser utilizada para se referenciar a uma ampla gama de possibilidades dentro de um mesmo espaço. Neste caso, ela serve para expressar o fato de que não existe um único “tipo” de autismo: cada indivíduo tem características únicas.

O termo TEA é extremamente recente, tendo surgido só em 2013, como consequência de novos estudos sobre o que é espectro do autismo. Antes disso existia apenas o “Transtorno Autista”, o qual não representa as novas compreensões sobre essa condição.

Por se tratar de um transtorno neurológico amplo em sua própria definição, o diagnóstico não é simples e requer o trabalho multidisciplinar de profissionais de diferentes áreas da saúde. Com acompanhamento e estímulos, a qualidade de vida da pessoa autista não é prejudicada.

Aprenda como evitar a obesidade infantil

O que causa o autismo?

Assim como as suas características, ao entender o que é espectro do autismo, verá que a causa não é singular, mas plural: há mais de um aspecto a ser considerado ao tentar identificá-la. É necessário considerar:

elementos hereditários;
predisposição genética;
fatores ambientais e muito mais.

Mesmo as explicações genéticas sobre o que causa o autismo são complicadas, não existindo um “gene” autista ou similar. O mais aceito é que indivíduos nascem autistas, com aspectos externos sendo responsáveis por moldar o desenvolvimento da fala e leitura, por exemplo.

Uma “fake news” comum a respeito do que é espectro do autismo aponta elementos como os medicamentos e vacinas como causadores da condição neurológica, o que não é corroborado por nenhum tipo de estudo científico sério. Esse tipo de desinformação ainda é muito prevalente e não deve ser levada em conta ao pesquisar o que causa o autismo.

Quantos graus tem o autismo?

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (o “DSM-5”), os Transtornos do Espectro Autista podem ser classificados em três “níveis”, chamados de leve, moderado e severo, os quais são autoexplicativos em nome.

No passado, algumas classificações de tipos de autismo, como “Síndrome de Asperger” eram comuns, mas elas foram substituídas pelo termo abrangente dos TEA. Tudo isso tem relação com evitar “rotular” indivíduos diagnosticados, possibilitando tratamentos mais direcionados.

A partir das novas classificações, o trabalho dos profissionais da saúde não se utiliza mais da terminologia “quantos graus tem o autismo”, preferindo uma abordagem individual em que a pessoa autista tem um diagnóstico individualizado. Este tipo de avaliação considera todas as características únicas que apresenta.

Descubra como estimular a criatividade na infância

O autismo é hereditário?

Sim, mas essa não é a única causa, como nós citamos antes ao mencionar o que é espectro do autismo. Isso acontece porque a predisposição genética e a hereditariedade são elementos distintos: no primeiro, o que há é uma chance, a qual pode ser hereditária ou não. Na segunda, herda-se.

A maioria esmagadora dos casos de autismo, entre 97% a 99%, são de ordem genética, mas entre eles, o espectro é hereditário em cerca de 81%. Isso significa que 19% dos indivíduos diagnosticados não “herdaram” a sua condição neurológica.

Apesar da hereditariedade, não é regra que pais e mães autistas terão filhos com os mesmos genes, ou mesmo que irmãos compartilharão o diagnóstico. Para o bem ou para o mal, hereditariedade é um assunto complexo e sobre o qual não há “garantias” ou “erros”. Cada situação é única!

Como auxiliar no desenvolvimento de uma criança autista?

Responsáveis por crianças autistas devem compreender que não existe uma receita de bolo quando falamos sobre o que é espectro do autismo, e que a jornada de aprendizado faz parte dos cuidados. Erros serão frequentes, e o que se deve fazer é sempre fazer o seu melhor.

Estímulos são extremamente importantes, desde o diagnóstico, em especial quando isso ocorre durante a primeira infância. Crianças autistas que se beneficiam de acompanhamento durante toda a vida têm maiores chances de viver plenamente, de acordo com os seus limites.

O mais importante é buscar conhecimento, participar de atividades entre pais e filhos e oferecer todas as ferramentas para o desenvolvimento pleno da criança autista. Independentemente das características que apresente, há sempre uma maneira diferente de aprender e de viver, mesmo com as características desafiadoras.

Como funciona o tratamento?

Ainda não existe uma medicação específica para o transtorno. O tratamento para o autismo também não é padrão. Baseia-se em um acompanhamento pedagógico e terapêutico que deve ser adaptado de acordo com as necessidades e deficiências de cada um.

Segundo o site Drauzio Varella, em “Doenças e sintomas: autismo”, a recomendação é que toda a família receba atendimento e orientação especializada. Descobrir um meio ou técnica de comunicação com o autista é também uma questão fundamental.

Além disso, é importante manter a rotina devidamente organizada para evitar a dificuldade que o autista tem de lidar com as mudanças. Lembre-se: os estímulos são bem-vindos, mas respeitar as limitações de cada um é essencial ao entender o que é espectro do autismo.